Os sistemas tradicionais de reidentificação dependem de filmagens de vídeo, o que os torna vulneráveis a máscaras, iluminação ruim ou mudanças de ângulo. Por outro lado, a tecnologia WhoFi desenvolvida por pesquisadores da Universidade La Sapienza, em Roma, utiliza Channel State Information (CSI). Esses dados, incorporados aos sinais de rádio dos roteadores Wi-Fi modernos, fornecem medições altamente precisas da intensidade e do comportamento do sinal. Quando uma pessoa se desloca por uma área Wi-Fi, ela altera sutilmente esses sinais de forma exclusiva e reconhecível.
Para gerar padrões confiáveis, o WhoFi filtra as anomalias, corrige problemas de sincronização e aprimora os dados com variações direcionadas. Em seguida, um modelo de aprendizagem profunda analisa os padrões de sinal e produz uma assinatura vetorial exclusiva para cada indivíduo.
Precisão de até 95,5% - mesmo através de paredes
No estudo publicado em https://arxiv.org/html/2507.12869v1o WhoFi foi testado em 14 participantes em vários cenários de vestuário e alcançou uma taxa de precisão de 95,5%. O sistema não foi afetado por fatores externos, como roupas ou linha de visão. Nem mesmo as paredes representaram uma barreira, pois o método não se baseia em contato visual, mas em como as ondas de rádio interagem com as estruturas internas do corpo, como os ossos.
Ao contrário das câmeras, o WhoFi não captura nem processa nenhum dado visual, o que o torna teoricamente mais eficiente em termos de dados. No entanto, ele também levanta novas preocupações. Qualquer pessoa que transmita sinais Wi-Fi pode, sem saber, compartilhar informações sobre indivíduos próximos, mesmo que essas pessoas não estejam portando nenhum dispositivo.
Útil, mas com riscos de vigilância indesejada
Na prática, o WhoFi pode ser muito útil, por exemplo, no monitoramento de áreas sensíveis ou críticas para a segurança. Ao mesmo tempo, a tecnologia traz riscos de vigilância invisível, indesejada ou até mesmo ilegal.
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