O vídeo mais recente da GNCA apresenta uma conversa profunda com Ross Scott, da Accursed Farms, conhecido por sua longa luta para impedir que os editores apaguem discretamente os jogos pelos quais as pessoas pagaram. No centro da discussão está um problema crescente: jogos modernos que se tornam completamente impossíveis de jogar quando uma empresa desliga seus servidores. Não se trata de títulos gratuitos ou de assinaturas temporárias - são produtos de preço integral que podem ser revogados sem aviso prévio, deixando os clientes sem nada. Scott chama isso de "o que é": um modelo quebrado em que a propriedade é uma ilusão, e os editores não têm obrigação de manter seus jogos utilizáveis após a venda.
No centro da campanha está uma Iniciativa de Cidadania Europeia (ECI), um processo legal formal que permite que os cidadãos da UE proponham novas leis. Essa iniciativa específica tem como objetivo responsabilizar os editores de jogos, exigindo que eles forneçam uma versão "razoavelmente jogável" de qualquer jogo que dependa de servidores on-line, assim que o suporte oficial terminar. Ross Scott enfatiza que isso não forçaria as empresas a manter os servidores on-line indefinidamente ou a divulgar o código-fonte proprietário. Em vez disso, poderia envolver a liberação de um software de servidor mínimo, documentação técnica ou compilações simplificadas que permitam aos jogadores executar o jogo de forma independente - o suficiente para possibilitar a continuação do jogo sem a infraestrutura corporativa.
A iniciativa já reuniu mais de 540.000 assinaturas verificadas, com uma meta de 1 milhão até o prazo final de 31 de julho. Se esse limite for atingido, a Comissão Europeia analisará formalmente a proposta e poderá adotar leis de proteção ao consumidor aplicáveis em todos os estados membros da UE. Ross Scott argumenta que essa mudança poderia ter consequências internacionais, já que muitos desenvolvedores preferem padronizar as políticas globalmente em vez de manter práticas regionais separadas - como a política de reembolso mundial da Valve, que seguiu a pressão legal dos reguladores australianos.
Juntamente com o esforço da UE, uma petição separada está ativa no Reino Unido, embora enfrente mais resistência burocrática. Uma versão anterior foi interrompida devido à dissolução do Parlamento, e a resposta oficial do governo não abordou a questão central, provocando críticas até mesmo do comitê da petição. Uma petição revisada já está no ar e precisa de 100.000 assinaturas para se qualificar para o debate parlamentar. Embora Ross Scott descreva a estrutura jurídica do Reino Unido como menos previsível e mais fragmentada, ele afirma que ela continua sendo uma frente valiosa na pressão mais ampla pelos direitos de preservação digital.
Scott também aborda equívocos comuns sobre a iniciativa. Ela não é retroativa e não se aplicaria a jogos que já foram encerrados. Em vez disso, ela visa títulos futuros, dando aos estúdios vários anos para se prepararem para a conformidade. Crucialmente, a proposta não exige que os desenvolvedores entreguem o código-fonte ou a propriedade intelectual principal. A intenção é simplesmente garantir que os clientes pagantes mantenham o acesso a uma versão funcional do produto. Scott cita exemplos como Guild Wars, que continua operacional quase duas décadas depois, como prova de que o suporte de longo prazo é viável. Em contrapartida, jogos como The Crew e LawBreakers foram retirados do ar sem aviso prévio ou reembolso, deixando os compradores sem nada.
Para o público fora da UE e do Reino Unido - especialmente nos Estados Unidos - há poucas maneiras imediatas de influenciar o resultado. Scott observa que uma reforma legal significativa nos EUA provavelmente exigiria um ato do Congresso, um cenário que ele considera altamente improvável no atual clima político. No entanto, ele continua esperançoso de que um resultado bem-sucedido na UE teria um impacto global. Se as editoras forem obrigadas a implementar medidas de preservação para o mercado europeu, pode ser mais simples e econômico para elas aplicar os mesmos padrões em todo o mundo, estendendo efetivamente os benefícios aos participantes de outras regiões.
Scott situa o problema dentro de um padrão mais amplo de desempoderamento digital, em que a propriedade do usuário é constantemente prejudicada por licenciamento restritivo, conexões de servidor obrigatórias e políticas vagas de desligamento. Ele vê os videogames como um exemplo da linha de frente dessa mudança - um espaço em que as empresas estão testando discretamente quanto controle podem manter sobre os produtos vendidos antes que a resistência do público aumente. Fazendo um paralelo com o movimento pelo direito ao conserto, Scott compara o desaparecimento dos jogos a casos reais de impressoras ou dispositivos inteligentes que param de funcionar quando o suporte termina, apesar de ainda estarem fisicamente intactos e terem sido comprados imediatamente.
Em última análise, esse momento representa a oportunidade mais clara e mais acionável até o momento para se opor à erosão silenciosa da propriedade digital. Com a Iniciativa dos Cidadãos Europeus e a petição do Reino Unido em andamento, existe a base para estabelecer proteções significativas ao consumidor antes que o setor de jogos normalize totalmente a prática de revogar o acesso a conteúdo pago sem consequências. Para os cidadãos da UE e do Reino Unido, não se trata apenas de um gesto simbólico - é uma chance de moldar uma política aplicável. Os links relevantes, conforme indicado no vídeo, fornecem um caminho direto para apoiar a causa.
Se o senhor for cidadão da UE: ASSINE A INICIATIVA DE CIDADANIA DA UE: https://eci.ec.europa.eu/045/public/#/screen/home
Se o senhor for cidadão do Reino Unido: ASSINE A PETIÇÃO DO REINO UNIDO: https://petition.parliament.uk/petitions/702074/
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