Os futuros smartwatches e anéis inteligentes poderão ser alimentados pelo calor do corpo

Cientistas da Universidade de Pequim criaram o que eles chamam de primeira "borracha termoelétrica" - um novo material que é altamente elástico e gera eletricidade de forma eficiente. Essa descoberta - detalhada na revista Nature - pode abrir caminho para uma nova onda de dispositivos vestíveis autoalimentados que se carregam aproveitando a diferença de temperatura entre o corpo de uma pessoa e o ar ao redor.

Até agora, os pesquisadores tentaram criar materiais que pudessem alimentar aparelhos eletrônicos com o calor do corpo, mas os materiais termoelétricos de alto desempenho que eles desenvolveram até agora eram, na melhor das hipóteses, flexíveis. Agora, essa equipe conseguiu algo muito procurado: desenvolveu um material termoelétrico eficiente que também é elástico.

A equipe da Universidade de Pequim, liderada pelo cientista de materiais Lei Ting, resolveu o problema com a criação de um polímero híbrido. A equipe misturou polímeros semicondutores com borracha elástica, o que levou à formação de nanofibrilas semicondutoras envoltas em um elastômero. Esse design contra-intuitivo melhora a condutividade elétrica e diminui a condutividade térmica, tornando o material um gerador termoelétrico eficiente.

A equipe demonstrou que o material pode retornar a 90% de sua forma original após ser esticado em 150%. Ele também pode ser esticado em mais de 850% do seu tamanho. A equipe agora trabalhará para aprimorar ainda mais suas propriedades.

Essa combinação de elasticidade e termoeletricidade o torna um candidato ideal para a tecnologia vestível. Além da tecnologia de consumo, esse material também poderia ter aplicações na área da saúde, alimentando sensores médicos.

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